Abstract
Na literatura recente sobre os desafios gerados pelas novas tecnologias, certos autores defendem o Princípio da Precaução como um princípio de racionalidade central em deliberações sobre práticas associadas àquelas tecnologias. Há dois sentidos possíveis para ‘precaução’: um formal, outro substantivo. Tais autores parecem interpretar o PP no último sentido, a fim de eliminar absolutamente os riscos possíveis das novas tecnologias à humanidade. Contra esta interpretação, argumentaremos que precaução não é o tipo de consideração que figure adequadamente em uma teoria da deliberação para ações humanas e sugeriremos que o PP parece, na verdade, para tais autores, envolver um compromisso moral. Mas, neste caso, ele não é menos controverso do que outros princípios morais.