Abstract
Numa sociedade democrática, as regras sociais são impostas a cada um por todos. Como “recebedores” de tais regras, tendemos a pensar que elas deviam ser designadas para engendrar a melhor distribuição possível de bens e males ou qualidade de vida. Enquanto autores das regras, tendemos a pensar que os malefícios por nós impostos através de tais regras têm maior peso moral que os danos que nós meramente deixamos de evitar ou mitigar. Embora as atuais teorias sejam dominadas pela primeira perspectiva, uma concepção adequada da justiça exige um balanceamento de ambas tendências. O tema da equidade na saúde é bem apropriado para mostrar como concepções da justiça puramente dirigidas aos recebedores estão fadadas ao fracasso e como esboçar uma alternativa mais promissora.