Abstract
Resumo: Machado de Assis, um dos mais famosos escritores brasileiros, oferece um retrato de Bento de Espinosa em um soneto de 1880. Em seus versos, o poeta combina, do início ao fim, a imagem do pensador como operário e como filósofo. Apesar de certa imprecisão nos traços estampados no retrato, o artigo pretende mostrar que o soneto pode, tanto quanto o poema “Spinoza”, de Jorge Luis Borges, operar como um primeiro convite ao estudo do espinosismo. Embora não haja qualquer intenção de realizar uma exegese propriamente literária do poema, busca-se desvendar as singularidades da imagem machadiana de Espinosa, confrontando-a aos escritos do filósofo e aos dados disponíveis a respeito de sua vida.: Machado de Assis, one of the most well-known Brazilian writers, offers a portrait of Baruch Spinoza in a sonnet of 1880. In its verses, the poet combines the image of the thinker as a craftsman and as a philosopher. This article intends to show that despite the inaccuracy in the sonnet’s portrayal of certain aspects of its subject, it can nevertheless, just like the poem “Spinoza” written by Jorge Luis Borges, act as a first call to the study of Spinozism. Without intending to perform a proper literary exegesis of the poem, the article seeks to unveil the singularities of Machado’s image of Spinoza, confronting it with the philosopher’s works and biography.