Abstract
O artigo pretende apresentar de modo geral a situação do homem contemporâneo, cuja noção se esvazia diante das provocações do animalismo, de um lado, e do pós-humanismo, de outro. Quem é realmente o homem? Um animal como os outros ou uma potencial máquina a ser desenvolvida através do enhancement de suas capacidades? Está-se diante de dois fenômenos preocupantes: uma absolutização do dado biológico no caso do animalismo, fazendo do ser humano somente um momento específico dentro do gênero animal; ou senão o abandono do biológico, transformado pela tecnologia que produz o “além-homem”, em condições diversas de existência, no caso do pós-humanismo. De qualquer modo, nessas novas antropologias (naturalista e tecnicista) perde-se aquilo que torna o homem propriamente humano, ou seja, o que a tradição chama de espírito ou alma (nous, psyché). Sem descer a detalhes, deseja- se indicar as principais teses, bem como os autores de referência, que caracterizam ambas as posições mencionadas. A atenção também se dirige à tentativa de re-dizer o humano como pessoa, partindo dos elementos presentes nas posições em estudo, mas indo além de seus reducionismos.