Abstract
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a noção do perdão que Hannah Arendt desenvolve no capítulo 5 do livro A condição Humana, em especial, no subcapítulo “A irreversibilidade e o poder de perdoar”. Para Arendt, Jesus de Nazaré foi o descobridor do papel do perdão na arena do espaço público. Antes de apresentar os motivos pelos quais Arendt menciona alguns textos do Novo Testamento, será necessário compreender o contexto político que a impulsionou escrever: a descoberta que para os regimes totalitários, os homens são supérfluos. As “fábricas de morte” são laboratórios que tentam modificar a natureza humana. A teologia cristã é requisitada por Arendt para responder uma questão encontrada já nas últimas páginas das Origens do Totalitarismo: Há perdão para qualquer tipo de ação? Há perdão para o que não se pode punir e punição para o que não se pode perdoar? Das páginas do Novo Testamento, Arendt encontra inspiração para refletir sobre tais circunstâncias.