Abstract
American philosopher Cora Diamond's view of the materials admissible in moral philosophy is bound to strike many analytic philosophers as too broad: they wouldn't dream of thinking of them (namely of literature) as 'part of their job'. This, of course, assumes a conception of the nature of the such job, one in regard to which Diamond expresses doubts of several kinds. In this paper I search for different reasons for those doubts and then try to make the connection clear between Diamond's proposal of a change in 'the way we want to do moral philosophy' and her reading of Wittgenstein on ethical non-sense. Finally, I suggest that although Diamond has a strong case when she defends that the dismissal of literary materials in moral philosophy marks an untenable neutrality ideal, not every aspect of her view of the role of literature in moral philosophy is equally compelling. She recruits literature for two different purposes: countering the prevailing 'blindness to blindness' and countering the lack of awe and the obliviousness to the 'difficulty of reality' in moral thinking. Since these are different purposes, philosophers might be rejecting any of various things when they do not dream of counting literature as part of their job. A concepção dos materiais admissíveis em filosofia moral da filósofa americana Cora Diamond certamente parecerá a muitos filósofos analíticos demasiado lata: muitos são aqueles que nem sonhariam contar materiais literários como 'parte do seu trabalho'. Ora isto presume urna concepção da natureza de tal trabalho, e é quanto a essa concepção que Diamond exprime dúvidas de vários tipos. Neste artigo procuro identificar as diferentes razões para tais dúvidas. Procuro também explicitar a relação da proposta de Diamond de uma alteracão na 'forma como queremos fazer filosofia moral' com a sua leitura de Wittgenstein acerca de nonsense ético. Finalmente, sugiro que se é certo que Diamond tem um caso sólido quando defende que a rejeição de materiais literários na filosofia moral é marca de um indefensável ideal de neutralidade, nem todos os aspectos da sua forma de ver o papel da literatura na filosofia moral são igualmente convincentes. Uma vez que ela recruta a literatura para propósitos distintos - para contrariar a 'cegueira à cegueira' mas também para contrariar a falta de assombro no pensamento moral, que torna este estanque à 'dificuldade da realidade' -, os filósofos que nem sonhariam contar a literatura como parte do seu trabalho podem estar a rejeitar coisas completamente diferentes quando rejeitam o papel da literatura na filosofia moral