A unidade entre o ser e o pensar na Ciência da Lógica
Abstract
Este artigo tem como objetivo analisar uma relação básica sobre a qual a Ciência da Lógica está fundamentada, a saber, a unidade entre o ser e o pensar. Hegel afirma, ainda na introdução a obra, que a filosofia deve ter início sem nenhuma pressuposição prévia e, portanto, partir do puro ser totalmente indeterminado. Porém, sendo a lógica a ciência do pensar sobre o pensar, este ser inicial nada mais é do que a primeira posição do pensar e, assim sendo, este puro ser também é um puro pensar, totalmente indeterminado. Desta forma, se tem uma unidade entre ser e pensar, e esta unidade é que será desenvolvida através dos momentos da Ciência da Lógica. Porém, ela não permanece imutável ou inalterada, como Hegel acusa a antiga metafísica, identificada na figura de Descartes, Leibniz e Wolff. Muito antes, ela é mediatizada pelo entendimento, que separa estas duas instâncias e as relaciona. Ao se relacionarem, elas se descobrem como idênticas e surge novamente uma identidade, mas agora não indiferenciada, mas que se conhece e que se sabe como unidade, pois se elevou da certeza à verdade. Por fim, utilizaremos esta leitura de Hegel para contrapor a interpretação de Pippin, tal como expressa na obra Hegels Idealism.