Abstract
Este estudo aprofunda o sentido da experiência relatada por Marguerite Porete, mistica medieval, condenada como herética e queimada em 1310, acusada de ultrapassar e transcender as Escrituras, errar nos artigos da fé e dossacramentos e dizer palavras contrárias e prejudiciais. No entanto, ela traz uma contribuição importante para o pensamento filosófico-teológico e literário, na medida em que levanta questões e articula respostas sobre o problema da inacessibilidade do transcendente. O aniquilamento é o seu tema, perigoso para um tempo em que o ideal era a salvação de si próprio, perigoso também parao tempo atual, fundado no humanismo e, nessa medida, detido no eu.