Abstract
The present article provides an analysis of the way in which the Council Vatican u (1962-1965) understood and related to the human realms of Science and Technology. As one of the greatest events in the life of the Church in contemporary times, the Council Vatican II sought to meet the necessities of contemporary society, particularly its pastoral needs. By recognizing the importance played by the mathematical and the natural sciences in the formation of the contemporary human being, the Council was led to produce some very important statements about Science and Technology. Thus, the article gives us a glimpse of the overall spirit that animated the Council and of the extent to which some of its special features played a major role in determining the attitude it took towards modern developments such as those related to the field of Science and Technology. Moreover, it also shows how Vatican u came to understand Science and Technology not as "devices of the devil", but rather as a real boon to humanity, recognizing in particular that they are ordained by divine dispensation. Finally, the article also elucidates how for the Council Religion and Science must preserve their autonomy and their distinctiveness, so that neither is Religion to be founded on Science nor is Science to be seen as an extension of Religion. Rather, each one of them should possess its own principles, its pattern of procedures, its diversities of interpretation and its own conclusions. /// O presente artigo oferece-nos uma análise do modo como o Concilio Vaticano II (1962-1965) compreendeu e se relacionou com esferas tão importantes da vida humana contemporânea, tais como a Ciência e a Tecnologia. Sendo um dos grandes acontecimentos na vida da Igreja, o Concílio Vaticano II procurou responder às necessidades da sociedade contemporânea, facto este que lhe imprimiu um carácter verdadeiramente pastoral. Com efeito, ao reconhecer a importância que hoje têm a matemática e as ciências naturais na formação do ser humano dos nossos dias, o Concâio fez questão de se pronunciar explicitamente acerca da Ciência e da Tecnologia. Assim, dando-nos uma impressão do espírito que animou o Concílio no seu todo, o artigo mostra-nos sobretudo o modo como o mesmo interpreta as realidades da Ciência e da Tecnologia não mais como "obras do demónio", mas sim como verdadeiros benefícios para a humanidade no seu todo, especialmente na medida em que também elas fazem parte da providência divina. Em suma, o artigo elucida-nos acerca do modo como o Concílio Vaticano II interpreta a relação entre Religião e Ciência, relação esta que para os Padres Conciliares deve estar assente no princípio da autonomia e da distinção de cada uma delas, de modo que nem a Religião se quer fundada na Ciência, nem a Ciência deve ser vista como uma extensão da Religião. Pelo contrário, cada uma delas deve estar orientada pelos seus próprios princípios, pelos seus respectivos padrões de procedimento, pela diversidade das suas interpretações e, obviamente, pelas suas próprias conclusões.