Abstract
In this article, the author argues that the phenomenological revolution inaugurated by Husserl and Heidegger opens up new avenues for a radical rethinking of the God question. With Husserl's 'free variation of possibilities in imagination' and Heidegger's famous claim in Being and Time that 'for phenomenology possibility stands higher than actuality', the author discovers new resources for our understanding of both Being and God. In both cases, the article claims, we witness the surpassing of the traditional metaphysical priority of actuality over possibility. Then, in a second moment, the paper explores the notion of the 'God of possibility' from the perspective of three different hermeneutic circles: scriptural, testimonial and literary. The essay concludes with an analysis of the positive implications of the notion of the 'possible' (as posse and possest) for a new understanding of the God of eschatology. /// No presente artigo, o autor defende que a revolução fenomenológica inaugurada por E. Husserl e M. Heidegger abre novas possibilidades para um repensar radical da questão de Deus. A partir da 'livre variação de possibilidades na imaginação' de Husserl e afamosa pretensão de Heidegger em Ser e Tempo de que para a 'fenomenologia a possibilidade está acima da actualidade', o autor descobre novos recursos para a nossa compreensão quer do Ser quer de Deus. Tanto num caso como no outro, diz-nos o artigo, podemos testemunhar a superação da tradicional prioridade metafisica da actualidade sobre a possibilidade. Em seguida, num segundo momento, o artigo explora também a noção de um 'Deus da possibilidade' a partir da perspectiva de três círculos hermenêuticos diferentes: o escriturístico, o testemonial e o literário. 0 ensaio conclui com uma análise das implicações positivas da noção de 'possível' (como posse e possest) para uma nova compreensão do Deus da escatologia.