Fronteiras sem'nticas: o dialogismo das linguagens rituais pentecostais e umbandistas – uma análise das expressões gestuais

Horizonte 17 (52):514-518 (2019)
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Abstract

O espaço ritual constitui-se num locus sagrado de festa. No palco religioso, o sentimento de reconhecer-se cheio do Esp í rito Santo ou incorporado pelas Entidades reescreve, no pr ó prio corpo do sujeito, a autenticidade de sua tradiçã o mitol ó gica. Simultaneamente, a experi ê ncia religiosa reatualiza o poder dessa tradiçã o. E s ã o v á rias as formas em que a narrativa m í tica emerge, vindo à tona e tornando-se tang ível à percep çã o e à emo ção. E, neste sentido, a cultura desempenha um papel fundamental: ela é o elo a promover o encontro entre as verdades da crença e as experi ê ncias religiosas. Michel Meslin assinala que a religiã o só alcan ça o homem atrav é s das mediações culturais de seu tempo. Entre essas tamb é m variadas “ media ções culturais ” está a mú sica, com seus g ê neros, ritmos e uma forç a simb ó lica capaz de funcionar como chave, abrindo as portas das sensibilidades. Para al é m dos c â nticos – mas a eles conexos –, a experi ê ncia do transe ritual é um dispositivo de mediação cultural ainda mais poderoso: um d í namo de emoções liturgicamente sacralizadas. Este sentimento religioso de alegria tem suas bases na estrutura do sistema de crenças, e, assim, at é a cantiga que coadjuva e complementa os ritos, consubstancia seu status sagrado. Musicalizando o Sagrado, essa arte expressiva de f é e també m de cultura potencializa ainda mais o sentimento social de pertenç a à comunidade religiosa do indiv íduo, que também v ê alimentada sua esperança de vida. Este trabalho se envereda na trilha da experi ê ncia religiosa, em seus percalços sinuosos. Nesse caminho, a intençã o é compreender um pouco o funcionamento das engrenagens simb ó licas que conferem sentido à s manifesta çõ es performá ticas vividas por pentecostais e umbandistas, em dois grupos religiosos espec í ficos. E, ao analisar a relação entre a din â mica ritual desses cultos e a produção de sentidos operada nas linguagens gestuais dos sujeitos da crença, refletimos sobre os di á logos sem â nticos rituais que, construindo experi ê ncias de espiritualidade, reconstroem tamb é m experi ê ncias de vida. É quando a diverg ê ncia das cosmovisõ es sucumbe à convergê ncia dos significados religiosos.

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