Abstract
RESUMO Neste artigo argumento que Nietzsche desenvolve a ideia de uma gaia ciência, que afirma a vida, como um possível resultado de uma história cultural do ascetismo e da sublimação. As seções finais da "Genealogia da moral" introduzem uma distinção entre ciência normal e idealista e discutem suas respectivas relações com o ascetismo. A prática do trabalho científico normal e a busca idealista pela verdade revelam, ambas, a falta de ideais autônomos. Uma análise de sua compreensão do conhecimento hipotética e instrumentalista mostra que a discussão nietzscheana da verdade não é autorrrefutável. Nietzsche não é um inimigo da ciência, mas afirma uma posição privilegiada para a filosofia na hierarquia das disciplinas em um amplo contexto de emancipação cultural. ABSTRACT This paper argues that Nietzsche develops the idea of a life-affirming, joyful science as a possible result of a cultural history of ascetism and sublimation. The closing sections of "On the Genealogy of Morals" introduce a distinction between normal and idealist science and discuss their respective relation to ascetism. The practice of normal scientific labour and the idealist quest for truth both reveal the lack of autonomous ideals. An analysis of his hypothetical and instrumentalist understanding of knowledge-claims shows that Nietzsche's discussion of truth is not self-refuting. Nietzsche is no enemy of science but assumes a privileged position for philosophy in the hierarchy of disciplines within a broader context of cultural emancipation.