Abstract
O objetivo de nosso artigo é desnaturalizar as construções epistemológicas e axiológicas do pensamento colonial produzido pelo ocidente, abrindo possibilidade para a construção de novas categorias de pensamento em relação ao processo de reconhecimento sobre nós mesmos e sobre os outros. Os conceitos de raça e racismo, vistos por uma perspectiva que denuncia o caráter estrutural dos dispositivos de colonialidade na construção da civilização ocidental, são historicizados por uma crítica que localiza as condições de possibilidade para o surgimento desse pensamento na filosofia liberal europeia, no século XVIII. Assim, queremos produzir uma discussão acerca dos dispositivos coloniais de poder e a violência operada por eles na construção das subjetividades, propagando discursos assimilacionistas e outrificadores em relação às diferenças culturais, naturalizando e imputando, via discursos racistas, determinadas características de cunho ontológico. Com isso, visamos enunciar que é possível a elaboração de uma prática decolonial libertária, pautada na construção de categorias éticas e políticas permeadas pela luta antiracista.