Abstract
A questão da natureza e do sentido de um "idealismo leibniziano" encontra-se, já há vinte anos, no centro de um grande debate nos estudos leibnizianos, principalmente anglo-saxões. A conepção mais consequente e mais radical desse idealismo foi exposta por Robert Merrihew Adams : " o princípio mais fundamental da metafísica de Leibniz é que não há nada mais nas coisas que substâncias simples e, nelas, as percepções e as apetições".. Esse debate encontra um outro sobre o reconhecimento de períodos na formação da metafísica leibniziana e sobre o ponto de vista que permite dar conta desses períodos da maneira mais adequada: expressão constante de um "Sistema de Leibniz" invariável em suas teses e sua estrutura, ou, antes, pesquisa aberta na qual a invenção concentual não se fecha nunca em uma fórmula sistemática única? Com efeito, mesmo aqueles que quiseram reconhecer um período de "anos intermediários", durante o qual Leibniz não teria aderido ao idealismo, geralmente concederam que a última metafísica, aquela que se desenvolve propriamente segundo a tese monadológica, está, finalmente, bem caracterizada por essa adesão. Proponho-me desenvolver os seguintes argumentos: 1. Do ponto de vista genético, a tese monadológica responde originariamente à exigência de um funamento da realidade dos corpos. 2. O desenvolvimento da metafísica leibniziana do último período não dispensam a caracterização de uma verdadeira "substância corporal". 3. É a especificação do que chama de "organismo" que impede Leibniz de deixar a última palavra a um idealismo tal como o que se atribui a ele. Se há idealismo, é preciso entendê-lo em outro sentido.