Determinação e diferença: considerações sobre a razão suficiente segundo Leibniz

Doispontos 11 (2) (2014)
  Copy   BIBTEX

Abstract

Entre os muitos textos em que Leibniz introduz e apresenta o princípio de razão suficiente está, como se sabe, o do parágrafo 7 dos Princípios da Natureza e da Graça. O texto diz: "Jusqu'icy nous n'avons parlé qu'en simples Physiciens : maintenant il faut s'elever à la Metaphysique, en nous servant du Grand Principe, peu employé communement, qui porte que rien ne se fait sans raison suffisante, c'est à dire que rien n'arrive, sans qu'il soit possible à celuy qui connoitroit assés les choses, de rendre une Raison qui suffise pour determiner, pourquoy il en est ainsi, et non pas autrement. Ce principe posé, la premiere question qu'on a droit de faire, sera, Pourquoy il y a plustôt quelque chose que rien? Car le rien est plus simple et plus facile que quelque chose. De plus, supposé que des choses doivent exister, il faut qu'on puisse rendre raison, pourquoy elles doivent exister ainsi, et non autrement". O texto é evidentemente muito denso e inclui uma enorme multiplicidade de aspectos que deveriam ser analisados, por exemplo, o pouco uso que se faz de um princípio que, todavia, está sempre presente em tudo o que pensamos e fazemos; o facto de ter de haver uma razão para haver algo e para haver o que há; o facto de o nada ser mais fácil do que o ente; que se entende, afinal, por razão, que é que queremos dizer quando dizemos que há razão para qualquer coisa; que é que a noção de suficiência acrescenta à noção de razão, etc. O problema é, aliás, bem actual. D. Parfit, em On What Matters, escreve logo na primeira página do primeiro capítulo: "It is hard to explain the concept of reason, or what the phrase 'a reason' means. Facts give us reasons, we might say, when they count in favour of our having some attitude, or our acting in some way. But 'counts in favour of' means roughly 'gives a reason for'. Like some other fundamental concepts, the concept of a reason is indefinable in the sense that it cannot be helpfully explained merely by using words". Ou seja, não é claro a que é que corresponde a noção de razão, e apesar de Parfit ignorar tranquilamente o que a tradição pensou sobre o assunto, pode valer a pena regressar a Leibniz, também porque Leibniz se vangloria com frequência de dizer que o princípio de razão suficiente é o seu princípio

Links

PhilArchive



    Upload a copy of this work     Papers currently archived: 91,386

External links

Setup an account with your affiliations in order to access resources via your University's proxy server

Through your library

Similar books and articles

Leibniz E A Conciliação Entre Fé E Razão.Celi Hirata - 2007 - Cadernos de Ética E Filosofia Política 10:59-77.
Leibniz e um Labirinto da Razão: há saída?Tessa Lacerda - 2001 - Cadernos de História E Filosofia da Ciéncia 11 (1).
O “caso De Necessidade” Na Ordem Política.Diogo Aurélio - 2002 - Cadernos de História E Filosofia da Ciéncia 12 (1/2).

Analytics

Added to PP
2015-12-11

Downloads
29 (#538,668)

6 months
4 (#800,606)

Historical graph of downloads
How can I increase my downloads?

References found in this work

No references found.

Add more references