Abstract
No presente artigo, é apresentado um aspecto central da concepção heideggeriana da fenomenologia nos escritos posteriores a 1919, que, à luz dos textos disponíveis na Gesamtausgabe de Martin Heidegger, revela um componente dialógico específico do método filosófico. A tese de que os conceitos e enunciados próprios da filosofia têm um caráter indicativo-formal conduz a uma noção de verdade filosófica, que tem na recepção produtiva e conversacional das sinalizações formais o seu traço definitório. Associada com a noção especulativa de jogo, apresentada por Heidegger no livro Introdução à Filosofia, a doutrina das indicações formais permite reconhecer um traço dialógico já na hermenêutica da facticidade do primeiro Heidegger.