Abstract
O objectivo central de Kant no texto da "Segunda Analogia da Experiência", na Crítica da Razão Pura, é o de estabelecer a condição de possibilidade da experiência de uma sucessão objectiva de fenómenos. A sucessão contingente de fenómenos ao nível da intuição converte-se na percepção objectiva de uma sequência de fenómenos apenas pela actividade sintética da imaginação de acordo com o princípio de causalidade. No texto em análise, a aplicação daquele princípio não vai além das formas a priori do espaço e do tempo. Kant não afirma pois a tese de que a natureza obedece a leis causais. Finalmente, o mesmo princípio de causalidade não pode ser aplicado ao caso da afectação da sensibilidade pela "coisa em si". /// L'objective central de Kant dans le texte de la "Deuxième Analogie de l'Expérience", dans la Critique de la Raison Pure, est d'établir la condition de possibilité de l'expérience d'une succession objective de phénomènes. La succession contingente de phénomènes au niveau de l'intuition est convertie dans la perception objective d'une séquence de phénomènes seulement par l'activité synthétique de l'imagination d'accord avec le principe de causalité. Dans le contexte en analyse, l'explication de ce principe ne va pas au-delà des formes a priori de l'espace et du temps. Kant n'affirme pas donc la tèse de que la nature obéit aux lois causalles(?). Finalement, le même principe de causalité ne peut pas être appliqué au cas d'affectation de la sensibilité par la "chose en soi". /// The basic aim of Kant in the text of the "Second Analogy of Experience", in the Critic of Pure Reason, is to establish the condition of possibility of the experience of an objective succession. The Kantian thesis is that the contingent succession of appearances at the intuitional level is converted into an objective perception of a sequence only by the synthetic activity of the imagination, according to the principle of causality. In that text, the application of this principle does not go beyond the realm of the intuitional modes of space and time. Thus Kant is not aiming to establish the lawlikeness of nature. Finally, the Kantian concept of causality, as it it transcendentally derived in the Second Analogy, cannot be applied to the case of affection of the sensibility by the "thing in itself.