Abstract
O objetivo deste artigo é analisar as relações entre o niilismo e as potências do falso, a partir dos conceitos de vida, arte e a crítica à vontade de verdade na filosofia de Nietzsche e no cinema de Orson Welles, através do filme A marca da maldade. O niilismo caracterizado como o movimento de deslocamento do centro de gravidade da vida e a invenção de outro mundo, o mundo verdadeiro, empreendida como forma de vingança articula-se com a vontade de verdade. Nietzsche realiza por meio do método genealógico uma crítica ao valor da verdade. O homem verídico é, assim, a manifestação de uma vontade de nada que nega e deprecia a vida. A arte valoriza a aparência e faz emergir as potências do falso reestabelecendo a vida como vontade de aparência.