Abstract
Ao considerar o diálogo inter-religioso como a única alternativa construtiva em face da atitude tradicional de rivalidade religiosa, a autora destaca neste texto a importância da humildade para que ele aconteça em um ambiente de verdadeiras reciprocidade e mutualidade. De fato, a virtude da humildade desempenha um papel central na maioria das tradições religiosas e, nas religiões monoteístas, a atitude da humildade define uma determinada relação com Deus, que uma vez concebido como um Deus Criador, fonte de toda bondade e verdade, o que torna vãs todas as tentativas humanas para autoglorificação e orgulho. A partir dessa perspectiva, segue um percurso que tem início com os primeiros místicos cristãos até chegar ao atual pensamento teológico. Ao longo deste são apresentados os conceitos de humildade como virtude e seus impactos e importância tanto para a doutrina cristã, em particular para a Igreja Católica, quanto para o diálogo inter-religioso. Como contraponto, a autora coloca os conceitos e as práticas de humildade adotados pelo Budismo, ensejando, enfim, pistas para um autêntico diálogo entre religiões cristãs e não cristãs