Abstract
Aristóteles, em sua obra De anima, além de apresentar uma intrigante teoria sobre intelecto (nous), que dá margem a uma compreensão bipartida do mesmo em ativo (nous poiētikos) e passivo (nous pathetikon), afirma que as afecções do intelecto são distintas das afecções de quem o possui. Uma das afecções deste que possui o intelecto, segundo o filósofo, é o raciocínio. Ademais, diz que este é perecível, ao passo que aquele é impassível e eterno. Desta maneira, longe de aclarar, acaba por dif icultar não somente o entendimento do conceito de intelecto, como também o entendimento do que viria a ser a atividade racional (dianóia). Dessarte, o presente trabalho visa esclarecer os conceitos de nous e dianóia no intuito de obtermos, numa perspectiva aristotélica, um maior entendimento do nosso processo de conhecimento em geral.