Abstract
Trata-se, no presente artigo, de tentar lançar uma nova luz sobre a relação entre música e linguagem a partir dos Escritos musicaisde Th. W. Adorno e, em especial, a partir do “Fragmentosobre música e linguagem”, que abre a coletânea Quasi una fantasia. Levando em conta a singularidade da compreensão adorniana acerca do desenvolvimento do moderno material musical, esperamos, ademais, levantar uma hipótese de interpretação aparentemente estranha à cautela crítica de Adorno frente à confluência impensada entre a música e outros regimes artísticos – por ele denominada, na Filosofia da nova música, “pseudomorfose” -, contextualizando, com isso, o tom radical das apreciações condenatórias a esse respeito. Para tanto, iremos igualmente nos valer de suas considerações acerca do assim chamado impressionismo musical e, em particular, de uma canção de Debussy.