Sintra: Zéfiro. Edited by Maria Celeste Natário (
2010)
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Abstract
Quem introduzir num motor de busca da Internet o nome de Pinheiro dos Santos encontrará referências em estudos académicos e científicos da Oceânia à Europa, da América do Sul à do Norte, nas mais variadas áreas disciplinares Todos referirão o autor da filosofia da Ritmanálise E quase todos repetirão o erro de que era brasileiro, aquele professor do quadro da primeira Faculdade de Letras da Universidade do Porto, desde 1919 até à sua dissolução em 1927, cuja obra principal só conhecemos através de fontes indirectas, em particular do francês Gaston Bachelard, vindo daí o epíteto de fantasma E quem se der ao trabalho de investigar o nome de Lúcio dos Santos encontrará pistas de um personagem singular de combatividade cívico-política, desde a greve académica de 1907, passando pelo 5 de Outubro de 1910, até ao exílio político brasileiro que vai de 1927 a 1950, data do seu falecimento, testemunho significativo e interventivo de mais de metade da história portuguesa do Século XX Em ambos os casos temos uma e só pessoa, o bracarense Lúcio Alberto Pinheiro dos Santos E um personagem conhecido em todo o mundo e quase inteiramente desconhecido entre nós Uma realidade a que já nos temos vindo a habituar Mas que não é uma fatalidade como se demonstra por este trabalho arqueológico de reconstrução de uma personalidade multímoda cujos textos, há muito perdidos pelos acervos e outros inteiramente inéditos entre nós, vêem agora a luz do dia colocando-se à disposição da comunidade científica e do público em geral, em particular das novas gerações Em qualquer dos casos, quer numa vertente quer noutra, esta obra de Pedro Baptista desvela os contornos de um fantasma e fixa mais um nome incontornável na história do pensamento português, filosófico e político, do Século XX.