Abstract
As muitas verdades sobre a infância de nosso tempo, das mais catedráticas às mais “inovadoras”, encontram-se compiladas em livros e artigos dentro e fora de nossas bibliotecas. Grosso modo, elas constroem dois tipos de niilismo. Um niilismo de tipo universalista, que suga a criança para fora da imanência da vida e da histórica e a torna refém de estereótipos universais. Outro niilismo de tipo relativista, que esquece a criança e apenas acusa os estudos da infância como mera invenção. Evitar esses extremos requer uma espécie de arte acrobática de equilibrar-se na possibilidade de um entre. Essa via busca retomar a imanência histórica da criança. Trata-se de uma pesquisa em busca da potencialização da ideia de invenção cuja atitude crítica implicasse não a pergunta pelo governo certo ou pela ausência de governo da infância, mas como não a governar assim, por essas pessoas, em nome destes princípios, em vista de tais objetivos e por meio de tais procedimentos.