Cosmovisões e Realidades: a filosofia de cada um. (3rd edition)

São Paulo: Terra à Vista (2023)
  Copy   BIBTEX

Abstract

Não é pensando que criamos mundos. É compreendendo o mundo que aprendemos a pensar. Cosmovisão é um termo que deve significar um conjunto de fundamentos dos quais emerge uma compreensão sistêmica do Universo, seus componentes como a vida, o mundo em que vivemos, a natureza, o fenômeno humano e suas relações. Trata-se, portanto, de um campo da filosofia analítica alimentado pelas ciências, cujo objetivo é esse conhecimento agregado e epistemologicamente sustentável sobre tudo o que somos e contemos, que nos cerca e que nos relaciona de alguma forma. É algo tão antigo quanto o pensamento humano e, além de utilizar elementos da cosmologia científica, engloba tudo na filosofia e na ciência que se refere ao universo e à vida. Uma cosmovisão não é um conjunto de ideias, hipóteses e suposições, mas um sistema baseado em observação, análise, evidência e demonstração. Nenhuma cosmovisão pretende definir, estabelecer, propor, mas apenas compreender, analisar e interpretar. Cada um de nós constrói e transporta sua cosmovisão ao longo da vida, sem estabelecer formas, como pano de fundo para nosso pensamento e comportamento. Linguisticamente, o termo “cosmovisão” derivaria do alemão, equivalente ao conceito de “ Weltanschauung”, usado por vários filósofos. No entanto, essa relação linguística não é aplicável porque contraria o que propomos como cosmovisão. Esta palavra alemã refere-se a uma visão pré-lógica ou proto-experimental da realidade, com um contexto intuitivo e longe de um conhecimento crítico ainda inexistente no momento da sua formulação. Sem dúvida, as cosmovisões , no sentido em que as entendemos, abrigam e utilizam esses elementos protoexperimentais ou pré-lógicos que incluem a história, o inconsciente coletivo e todos os arquétipos que carregamos. No entanto, no conceito que aqui aplicamos, a cosmovisão vai muito além desse conteúdo, primeiro por submetê-lo constantemente ao pensamento crítico presente e, finalmente, por tornar a experiência analítica (e não o próprio pensamento ou intuição) seu universo real. António Lopes expõe a amplitude deste conteúdo: “Cosmovisões não são o produto do pensamento. Não nascem do simples desejo de saber. A apreensão da realidade é um momento importante em sua configuração, mas, no entanto, é apenas um. Vem da conduta vital, da experiência da vida, da estrutura de nossa totalidade psíquica. A elevação da vida à consciência no conhecimento da realidade, na valorização da vida e na realidade volitiva é o trabalho lento e árduo que a humanidade tem feito no desenvolvimento das concepções de vida. (W. Dilthey, 1992 [1911]: 120)” Neste trabalho, buscamos traçar uma cosmovisão baseada nas realidades que a ciência oferece hoje. Não nos propomos, em nenhum momento, a fazer ciência ou teorizar a filosofia, mas sempre buscaremos ser apoiados por elas ou, pelo menos, protegidos por elas das distorções cognitivas que costumamos carregar.

Links

PhilArchive

External links

  • This entry has no external links. Add one.
Setup an account with your affiliations in order to access resources via your University's proxy server

Through your library

Similar books and articles

La evolución y las personas.Juan A. García González - 2018 - Claridades. Revista de Filosofía 10 (1):171-193.
O mito, o virtual e o agir humano.Inácio Strieder - 1992 - Revista Portuguesa de Filosofia 48 (4):599 - 608.
Apuntes para una antropología transcendental.Juan Dauder - 2006 - Estudios Filosóficos 55:5-26.
Apuntes para una antropología transcendental.Juan Fernando Sellés - 2006 - Estudios Filosóficos 55 (158):5-26.
Del Big Bang al Dios escondido: (De Copérnico a Hawking y vuelta).Luis Diego Cascante Fallas - 2010 - Revista de Filosofía de la Universidad de Costa Rica 48 (123):51-64.

Analytics

Added to PP
2022-03-07

Downloads
1,059 (#11,883)

6 months
509 (#2,897)

Historical graph of downloads
How can I increase my downloads?

Author's Profile

Citations of this work

No citations found.

Add more citations

References found in this work

Transformative Experience.Laurie Ann Paul - 2014 - Oxford, GB: Oxford University Press.
The anthropic cosmological principle.John D. Barrow - 1986 - New York: Oxford University Press. Edited by Frank J. Tipler.
Problems of the Self.Bernard Williams - 1973 - Cambridge [Eng.]: Cambridge University Press.
Well-being and death.Ben Bradley - 2009 - New York: Oxford University Press.

View all 32 references / Add more references