Abstract
O artigo pretende analisar como a Cáritas Brasileira, uma instituição social do campo religioso católico, vem rompendo com um modelo assistencialista de ação social. Que fatores têm estimulado esse processo de ruptura criando condições para a instauração de uma proposta hegemónica de formação para a cidadania, consagrando gradativamente um modelo organizativo-participativo com opção pela transformação social? Num primeiro momento, situaremos historicamente o surgimento da Cáritas no contexto dos anos 50, quando se definiam os primeiros passos da estruturação do Serviço Social no Brasil. Em seguida, buscaremos demonstrar como se deu a passagem de uma visão de ajustamento social, para uma perspectiva de transformação social; e como essa nova proposta levou as instâncias da Cáritas a priorizar a participação em instrumentos de luta por políticas públicas construtoras de cidadania.